sexta-feira, 30 de outubro de 2009

MAIS UMA BOLA FORA


A palavra ética parece ter mesmo perdido o sentido no nosso país. E como não bastasse os escândulos vindos de Brasília, a desonestidade ganha terreno também no meio do esporte. Quem não se lembra recentemente do vacilo cometido pelo ex-piloto da Renault, Nelsinho Piquet, orientado a provocar um acidente de propósito para beneficiar um companheiro de equipe. São situações que demonstram o quanto a sociedade brasileira está carente de referenciais. O que temos assistido é o reflexo de uma retórica que não importa os métodos que sejam necessários para se dar bem, o que vale mesmo são as vantagens que se terá custe o que custar. A bola fora da vez fica por conta das declarações dos dois jogadores titulares do Barueri, que após ter vencido o Flamengo na última partida pelo campeonato brasileiro, declararam ter recebido dinheiro do Cruzeiro pela atuação em campo. Um esquema conhecido como "mala-branca", trocando em miúdos seria uma espécie de suborno mesmo. O mais impressionante foi ouvir as declarações do atacante Val Baiano sobre o caso. O jogador declarou que acha absolutamente normal receber o "incentivo" não importa de onde venha, seja do time rival ou da "boa ação" de algum empresário. Sem sombra de dúvidas essa é uma prática que deve ser banida do meio do esporte. Os dois jogadores estão suspensos por tempo indeterminado até a apuração do caso pela diretoria do clube. Tomara que a suspensão traga de volta a lucidez sobre esses atletas e os façam refletir sobre suas atitudes dentro e fora de campo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TOMAR UM BANHO DE CHUVA


Ser feliz, estar bem consigo mesmo nem sempre é um exercício fácil de se praticar. Nos dias atuais o que mais vemos são receitas de fórmulas para se conquistar a tão desejada "felicidade". Gurus vendem milhares de livros de auto-ajuda, Bernardinho técnico da seleção brasileira de vôlei fatura uma nota com suas palestras, a escritora de "Crepúsculo",Stephenie Meyer é a onda do momento; e a mídia é claro, sempre ela, nos vende um ideal de beleza e status social que nem sempre é pra todos, procura nos enredar ainda mais na busca pelo inatingível. Esse resgate da essência do eu não se dá por meio de artifícios materiais ou palpáveis, nem é construído a partir de uma visão humanista, na qual o homem é o centro e merece ser feliz custe o que custar. Alguns hábitos e atitudes simples que tomamos no dia a dia às vezes faz a diferença em nossas vidas, ainda que seja subjetivo demais para alguns, para quem se atreve arriscar o resultado é sempre muito bom. Pois bem, hoje voltando do trabalho, ônibus lotado como sempre, um calor daqueles, o tempo fechou. Trovões e relâmpagos começam a rasgar o céu da cidade, e imediatamente a chuva desce. Os passageiros é claro, inevitavelmente fecham todas as janelas. O calor se misturava em meio a respiração, suor, bafo, odores...enfim, cheiro de gente que trabalhou o dia todo. Quando chegou o momento de eu descer no ponto a chuva ainda estava bem intensa, no entanto, ao contrário das outras vezes não corri. Caminhei lentamente me deixando ser encharcado, meus pés afogados na enxurrada, uma sensação de paz e alegria que me fez relembrar minha infância. E o melhor de tudo é que agora não precisaria me preocupar em levar bronca da minha mãe ou ficar resfriado depois. Percebi que as vezes para ser feliz é preciso voltar a ser criança. Aquele banho de chuva foi divino.