quinta-feira, 27 de setembro de 2012

MONTEIRO LOBATO E O PENSAMENTO DE UMA ÉPOCA.

É fato que alguns segmentos da imprensa são, ainda que não admitam, de uma forma velada contrários a todo e qualquer tipo de ação afirmativa que visa reparar um problema histórico que vem se arrastando há séculos, que é a questão racial no Brasil. Seus reflexos e conseqüências envolvem debates com vários pontos de vista e ideologias diferentes. No entanto, é preciso tomar cuidado para que atitudes muitas vezes radicais desqualifiquem o debate sobre o tema.

É o caso das acusações de racismo contra a obra "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato, que foi objeto de uma audiência de conciliação no mês passado no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao invés de polemizar tanto sobre a obra do escritor que foi pensada numa época que representava justamente a realidade de como esse público era visto pela sociedade, como a proibição ou como queiram, a exclusão do Programa Nacional Biblioteca (PNBE) e outros programas do governo, poderia se pensar outras formas de trazer o debate justamente para os dias atuais. Seria uma oportunidade para professores e alunos discutirem se questões levantadas por Lobato há quase 1 século ainda estão entranhadas no cerne da sociedade brasileira.

A capacitação de professores para o ensino das relações étnico-raciais e a implementação da Lei 10.639/96, que prevê a obrigatoriedade do ensino da História e cultura afro-brasileira é de suma importância no que tange ao processo de formação da identidade do povo brasileiro. Não tem como negar que o racismo é uma chaga que insiste em permanecer no imaginário principalmente de alguns setores do poder. E é evidente que o racismo não se combate com medidas desse tipo como a proibição da obra do autor, mas com profissionais bem preparados. Resta-nos o bom senso!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ACHO QUE DESSA VEZ O BRASIL LEVA.

 
O filme “"O Palhaço”" foi o escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 2013. E quem deve estar rindo à toa é o ator e diretor, Selton Mello, protagonista do longa. E pensar que os queridinhos do momento, Wagner Moura e Rodrigo Santoro esnobaram o convite de Selton para dar vida ao personagem principal da trama.

O filme conta a história de um palhaço que passar por uma crise existencial e pensa em abandonar o circo em que trabalha com o pai dele. “"O Palhaço”" desbancou produções de peso como “Á Beira do Caminho”, de Breno Silveira; “Heleno”, de José Henrique Fonseca, “Xingu”, de Cão Hamburger, e “Billi Pig”, de José Eduardo Belmonte.Os critérios utilizados pelos membros da comissão para a escolha do filme de Selton, se basearam em elementos artísticos e da capacidade de ditribuição e promoção do filme no exterior.
 
Acredito que será mais um bom momento para o cinema nacional. Agora é torcer para que no dia 10 de janeiro, "“O Palhaço"” encabece a lista de indicados ao Oscar. Até mesmo porque o último filme brasileiro indicado ao Oscar foi em 2003 com “Cidade de Deus”, e vale lembrar que na categoria de melhor filme estrangeiro, o Brasil disputou o Oscar pela última vez com “Central do Brasil”, em 1998, com a indicação inesquecível da atriz Fernanda Montenegro concorrendo como melhor atriz.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

REDUÇÃO DE CRESCIMENTO DO PIB PARA 2% BRECA CRESCIMENTO NO PAÍS

Os reflexos da crise econômica nos países ricos, somados à queda no ritmo de crescimento da indústria, e, consequentemente, a demora do governo em adotar medidas anticrise no primeiro semestre, fez com que a previsão de crescimento do PIB este ano, de 3% recuasse para 2%. Como anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira.

De acordo com especialistas, o governo brasileiro demorou em agir antes que o caldo entornasse. A indústria já vinha dando sinais que não andava bem das pernas, no entanto, o governo fez vista grossa com o otimismo de sempre. E as contradições não param por aí. Segundo o ministro, o segundo semestre vai ser melhor, “"mas o primeiro semestre puxa a média para baixo"”, disse. Essa indicação comprova que as críticas feitas desde o início do ano por analistas, tinham fundamento.
A expectativa para 2013 é que o Produto Interno Bruto (PIB) volte a padrões mais altos, e que a economia brasileira cresça acima de 4%. Alguns economistas acreditam que mesmo com os índices baixos, menos de 2% nos terceiro e quarto trimestres de 2012, a economia brasileira poderá encerrar o ano no ritmo de 4% a 5,3%. Estimativa, que segundo Mantega, será mantida em 2013.

E apesar das medidas de estímulo econômico adotadas, desde o mês de maio pelo governo, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para automóveis, e até mesmo a redução da taxa básica de juros iniciada no mês passado, não foram suficientes para brecar a desaceleração do PIB. Só nos resta aguardar que a indústria volte a crescer no terceiro trimestre. Os economistas, assim como Guido Mantega, estão otimistas. É esperar pra ver!