Abdias Nascimento, um desses heróis anônimos que a gente toma conhecimento de sua importância somente quando morrem. Ele foi responsável pela criação do Teatro Experimental do Negro, que atuou no Rio de Janeiro entre 1944 e 1968. Devido a essa iniciativa, a companhia foi a precursora na promoção e inclusão do artista negro no panorama teatral brasileiro. Ator, diretor, dramaturgo e um contumaz militante dos direitos contra a discriminaçõ racial, ele foi preso por um crime de resistência por conta de uma viagem que fez ao Peru em 1940; onde estudou teatro e aplicou a técnica de volta ao Brasil com peças que valorizasse os artistas negros.
Quando chega ao Brasil em 1941, Abdias foi detido na extinta penitenciária do Carandiru, onde funda o Teatro do Setenciado, e organiza um grupo de presos que escrevem e encenam os próprios textos. Com a temática de trabalhar a valorização social do negro por meio da cultura e da arte, a inauguração do Teatro Experimental do Negro (TEN), em 1944, contou com o apoio de artistas e intelectuais brasileiros do Rio de Janeiro. Dentre as várias facetas encabeçadas por Abdias, não podemos deixar de destacar sua atuação em Otelo, de William Shakespeare, com a brilhante atriz Cacilda Becker.
Ele também foi diretor do jornal O Quilombo, entre 1948 e 1951, veículo voltado para divulgação do grupo e de notícias de outras entidades do movimento negro. Devido à perseguição política, em 1968 parte para um exílio que dura treze anos. Com a dissolução do TEN, deixa de atuar e dirigir no teatro, e sua militância ganha outras direções. Fora do Brasil, atua como referencista e professor universitário, publica uma série de livros denunciando a discriminação racial e dedica-se à pintura e pesquisa visualidades relacionadas à cultura religiosa afro-brasileira. Na volta ao país, investe na carreira política, assume cargo de deputado federal e senador da república pelo PDT, sempre reivindicando um lugar para a cultura negra na sociedade.
Sem sombra de dúvida, muitas das conquistas desde a Constituição de 1988, na luta contra a desigualdade racial e na luta pelos direitos do povo negro, se deve a esse brasileiro que foi se encontrar com Zumbi, no auge dos seu 97 anos. No entanto, Abdias deixa sua marca nesse país, tão carente de homens públicos de tamanha grandeza, como exemplo a ser copiado.
Quando chega ao Brasil em 1941, Abdias foi detido na extinta penitenciária do Carandiru, onde funda o Teatro do Setenciado, e organiza um grupo de presos que escrevem e encenam os próprios textos. Com a temática de trabalhar a valorização social do negro por meio da cultura e da arte, a inauguração do Teatro Experimental do Negro (TEN), em 1944, contou com o apoio de artistas e intelectuais brasileiros do Rio de Janeiro. Dentre as várias facetas encabeçadas por Abdias, não podemos deixar de destacar sua atuação em Otelo, de William Shakespeare, com a brilhante atriz Cacilda Becker.
Ele também foi diretor do jornal O Quilombo, entre 1948 e 1951, veículo voltado para divulgação do grupo e de notícias de outras entidades do movimento negro. Devido à perseguição política, em 1968 parte para um exílio que dura treze anos. Com a dissolução do TEN, deixa de atuar e dirigir no teatro, e sua militância ganha outras direções. Fora do Brasil, atua como referencista e professor universitário, publica uma série de livros denunciando a discriminação racial e dedica-se à pintura e pesquisa visualidades relacionadas à cultura religiosa afro-brasileira. Na volta ao país, investe na carreira política, assume cargo de deputado federal e senador da república pelo PDT, sempre reivindicando um lugar para a cultura negra na sociedade.
Sem sombra de dúvida, muitas das conquistas desde a Constituição de 1988, na luta contra a desigualdade racial e na luta pelos direitos do povo negro, se deve a esse brasileiro que foi se encontrar com Zumbi, no auge dos seu 97 anos. No entanto, Abdias deixa sua marca nesse país, tão carente de homens públicos de tamanha grandeza, como exemplo a ser copiado.