Ser feliz, estar bem consigo mesmo nem sempre é um exercício fácil de se praticar. Nos dias atuais o que mais vemos são receitas de fórmulas para se conquistar a tão desejada "felicidade". Gurus vendem milhares de livros de auto-ajuda, Bernardinho técnico da seleção brasileira de vôlei fatura uma nota com suas palestras, a escritora de "Crepúsculo",Stephenie Meyer é a onda do momento; e a mídia é claro, sempre ela, nos vende um ideal de beleza e status social que nem sempre é pra todos, procura nos enredar ainda mais na busca pelo inatingível. Esse resgate da essência do eu não se dá por meio de artifícios materiais ou palpáveis, nem é construído a partir de uma visão humanista, na qual o homem é o centro e merece ser feliz custe o que custar. Alguns hábitos e atitudes simples que tomamos no dia a dia às vezes faz a diferença em nossas vidas, ainda que seja subjetivo demais para alguns, para quem se atreve arriscar o resultado é sempre muito bom. Pois bem, hoje voltando do trabalho, ônibus lotado como sempre, um calor daqueles, o tempo fechou. Trovões e relâmpagos começam a rasgar o céu da cidade, e imediatamente a chuva desce. Os passageiros é claro, inevitavelmente fecham todas as janelas. O calor se misturava em meio a respiração, suor, bafo, odores...enfim, cheiro de gente que trabalhou o dia todo. Quando chegou o momento de eu descer no ponto a chuva ainda estava bem intensa, no entanto, ao contrário das outras vezes não corri. Caminhei lentamente me deixando ser encharcado, meus pés afogados na enxurrada, uma sensação de paz e alegria que me fez relembrar minha infância. E o melhor de tudo é que agora não precisaria me preocupar em levar bronca da minha mãe ou ficar resfriado depois. Percebi que as vezes para ser feliz é preciso voltar a ser criança. Aquele banho de chuva foi divino.