quarta-feira, 25 de abril de 2012

COTAS, AINDA É PRECISO.

 

Os que são contra a política de cotas como ação afirmativa para tentar reduzir as históricas desigualdades sociais entre grupos étnicos, sempre buscam uma forma de tentar impedir o avanço do projeto. Nessa quarta-feira o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a constitucionalidade de sistemas de cotas adotados por universidades brasileiras para seleção de seus alunos. Até o momento, o ministro Ricardo Lewandowski, que é também o relator de duas ações sobre o assunto, foi o único a votar e reconheceu a validade das açoes afirmativas.

A sessão foi marcada pelas intervenções do ministro Joaquim Barbosa, que é o único integrante negro no STF. Barbosa deu exemplo dos Estados Unidos e do presidente Barack Obama, para enfatizar a importância das políticas afirmativas. O voto de Lewandowski foi fundamentado a partir de informações que a maioria dos brasileiros está cansado de saber, porém, ignorada por determinadas elites intelectuais. Os cargos de alto escalão e de direção de empresas são ocupados em grande parte por brancos.

O discuso dos que são contra ações afirmativas é sempre o mesmo, o de que a política baseada em parâmetros étnicos cria no país um modelo de Estado dividido pelo critério racial. E sempre recaem na mesma lógica de adotar uma política de recorte social. No entanto, pensando dessa forma é o mesmo que dizer que não existe preconceito racial no Brasil. Mesmo no sistema de cotas sociais o branco pobre ainda teria mais oportunidade que o pobre negro.