sexta-feira, 18 de julho de 2014

Instituição é referência no cuidado e defesa dos direitos das crianças e adolescentes

O centro de acolhimento é uma instituição que há 30 anos desenvolve trabalhos sociais em Teófilo Otoni
A “O Ninho” – Centro de Acolhimento e Defesa da Criança e Adolescente é uma instituição que há 30 anos desenvolve trabalhos sociais em Teófilo Otoni. 

Tudo começou em 1984 quando a assistente social Maria Graciela Bartesaghi Silveira e a religiosa, Irmã Zoé, fundaram a Creche Ninho. A instituição sobrevive de doações feitas por pessoas que acreditam no projeto, e tem convênios com a Prefeitura Municipal. Atualmente o espaço é dividido em vários núcleos: Casa Ninho, Casa das Meninas e Casa dos Meninos. Já a creche Ninho, é onde as crianças da comunidade do bairro Palmeiras, onde funciona a sede da entidade, são acolhidas durante a semana enquanto seus pais trabalham. Tem ainda o Centro Educacional que oferece atividades para crianças e adolescente no contraturno escolar. “Elas passam um período na escola, almoçam na instituição e outro período no Centro Educacional, onde recebem reforço escolar, aulas de música, balé, informática e capoeira”, explica a coordenadora geral da instituição O Ninho, Maria Graciela Bartesaghi Silveira.

Para Silveira, o ideal cristão tem sido sua motivação durante todos esses anos cuidando de gente. Ela acredita que sem isso seria impossível levar o trabalho adiante. “É um trabalho de muitas alegrias, mas também de muitas frustrações devido algumas situações difíceis. Mas cada um tem um desejo dentro de si, de se dar para o outro. Só o amor pode transformar essas crianças, pois muitas delas nunca foram beijadas por uma mãe e nem tiveram o colo de uma mãe. O amor é uma grande dose que faz parte do trabalho para mudar essas crianças”, disse Maria Graciela.
Casa das meninas
Segundo a coordenadora, como em Teófilo Otoni não tinha nenhuma instituição que atendesse as crianças no período noturno, foi a partir do trabalho desenvolvido com as mulheres marginalizadas, que viram a necessidade de atender crianças em regime de abrigo.
Em 1990 a direção da instituição, após ouvir a sugestão de um grupo de italianos que visitava o local, surge a ideia de criar a Casa das Meninas, com o objetivo de atender crianças e adolescentes em situação de risco. Geralmente adolescentes grávidas ou vítimas de violência sexual. Os italianos ofereceram dinheiro para a compra da casa, que fica na Rua Recanto das Rosas, no bairro Palmeiras.
 “Foram muitas etapas durante esses 30 anos, a gente foi mudando de acordo com a necessidade. No começo a gente só trabalhava com crianças acolhidas. Chegamos a ter umas 160 crianças acolhidas, mas devido às leis não se achava bom que os abrigos fossem tão grandes por causa da individualidade da criança”, ressaltou.
Maria Graciela lembra ainda que, a instituição trabalha de acordo com a decisão das autoridades judiciárias. Há situações em que a criança pode ser encaminhada para adoção, guarda de parentes (tios ou avós), ou família substituta. No entanto, esse processo acontece de acordo com a particularidade de cada caso. “Em algumas situações podem até retornar para a própria mãe. É um trabalho em parceria com o fórum, tudo aqui é feito com autorização do juiz. Não tem uma idade fixa pra ficar na instituição, depende da situação. Elas ficam aqui até o juiz decidir o que pode ser feito”, destacou a coordenadora geral da instituição O Ninho, Maria Graciela Bartesaghi Silveira.
 ECA
No dia 13 de julho, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 24 anos de criação. Neste período, o Estatuto ganhou robustez e se consolidou como o principal instrumento de construção de políticas públicas para a promoção e garantia de direitos de crianças e adolescentes.
O documento é considerado um marco da proteção à infância no País e substituiu o Código de Menores. Criado em 1927, o Código de Menores representava um avanço já que trazia à tona uma legislação específica para crianças e adolescentes, inclusive com a ideia que crianças fossem separadas das prisões e instituições de adultos. No entanto, trazia na sua essência um olhar para a infância pobre, abandonada e em conflito com a lei para garantir a ‘ordem social’. Era um sistema focado na proteção e assistência através da justiça e assistência social marcando de forma pejorativa o termo ‘menor’.
A promulgação do ECA, em 1990, trouxe uma nova perspectiva, de prioridade absoluta às crianças e aos adolescentes e como sujeitos de direitos. Inspirado na Convenção das Nações Unidas pelos Direitos da Criança, de 1989, que o Brasil foi o primeiro País a ratificar. Outra grande novidade foi que, pela primeira vez na nossa história, a construção desse marco legal previa a articulação de um sistema com vários atores.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Cidade faz jus ao título de capital mundial das pedras preciosas

A beleza natural da Praça Tiradentes, cercada pelas árvores centenárias que servem de abrigo e alimento para as preguiças, ficou ainda mais rica com a exposição das pedras preciosas no 5º Encontro Nacional dos Garimpeiros e 5ª Amostra de Produtos do Garimpo

Nesta terça-feira (15), aconteceu a abertura do 5º Encontro Nacional dos Garimpeiros e 5ª Amostra de Produtos do Garimpo, na Praça Tiradentes. O evento é uma iniciativa do Sindicato Nacional dos Garimpeiros, com o apoio da Prefeitura de Teófilo Otoni. A beleza natural da praça, cercada pelas árvores centenárias que servem de abrigo e alimento para as preguiças, ganhou mais brilho e ficou ainda mais rica por causa das preciosidades que saltavam aos olhos de quem passava pelas barracas dos expositores. Pedras preciosas com cores e formatos variados talhadas à mão de verdadeiros artistas.
Presidente do Sindicato, Robson Caio de Andrade.

Segundo o vice-prefeito, dr. Ilter Volmer Martins, a prefeitura abraçou a causa dos garimpeiros. Ele torce para que esse comércio seja cada vez mais amplo, no sentido de preservar o título pelo qual a cidade ficou conhecida como a Capital Mundial das pedras preciosas.  “Nós temos que incentivar. O prefeito Getúlio Neiva e eu queremos o bem para a cidade pra todos, desde o garimpeiro até o grande comerciante de gemas. A cidade é plural e precisa haver esse tipo de comércio, reativá-lo e fomentá-lo, fazer com que aumente as vendas para que todos saiam ganhando e produzindo seu produto”, disse. 

Turismo da cidade
De acordo com Martins, o principal turismo de Teófilo Otoni sempre foi o comércio de gemas, por isso é importante investir nesse setor.  “Que a gente aumente mais ainda, tanto na praça quanto no Expominas. Nós queremos que tudo cresça em harmonia, a cidade é pra todos, portanto plural , e precisa respeitar todas as suas tradições. A minha presença aqui hoje é justamente para dar legitimidade e poder falar com as pessoas que estamos juntos por Teófilo Otoni”, afirmou o vice-prefeito.
O presidente do Sindicato Nacional dos Garimpeiros, Robson Caio de Andrade, está à frente da entidade desde 2001. Segundo ele, o sindicato foi fundado em 1954, por meio de um decreto a pedido do presidente Getúlio Vargas. Robson agradeceu o apoio da prefeitura pelo empenho em realizar mais uma edição da feira de pedras.
“Estamos mostrando o que nós temos sem precisar de enfeites ou holofotes. Fazendo a Praça Tiradentes brilhar como antigamente. É um evento cultural, pois tinha gente que morava em Teófilo Otoni e não conhecia uma pedra”.

Por uma política de exportação
Robson teceu algumas críticas quanto ao destino final que as pedras vêm sofrendo nos últimos anos na região. “Quando fiz a primeira feira, a cidade tinha 2700 lapidações hoje só tem 349. Teófilo Otoni ao invés de crescer decaiu. Eles pegam nossas pedras e levam para o Japão, Índia, China, in natura. Nós temos que dar trabalho para o nosso povo, porque afinal de contas, nós temos o maior lapidário do mundo aqui”, defendeu.

Segundo Andrade, uma estatística de 1997 revela que o Brasil produziu 70 toneladas de ouro comprado e derretido pela Caixa Econômica Federal. Ele afirma que desse montante 20 toneladas foram destinados ao mercado interno de joalherias no Brasil. “Já a Itália que não produz um grama de ouro derreteu 400 toneladas. O que nós precisamos é de uma política que proíba a exportação da pedra bruta, para que possamos exportar a joia, pois é ela que dá lucro. Nós somos sindicalistas para proteger os garimpeiros, que é um povo honrado e que tira desde o ouro, diamante e a pedra, até os minérios que fabrica hoje as grandes tecnologias”, revelou Robson.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Mulheres têm mais tendência a desenvolver “síndrome do olho seco”

Lentes de contato, ar condicionado, vento em excesso, uso de cosméticos, fumaça de cigarro, poluição do ar e excesso de tempo em frente ao computador, são alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença
TEÓFILO OTONI - No último dia (10), foi comemorado o Dia da Saúde Ocular, data que ajuda a reforçar a importância dos cuidados com os olhos. No inverno, além das doenças respiratórias, aumentam também o número de pessoas que procuram atendimento médico em decorrência de problemas relacionados aos olhos. A baixa umidade do ar e o clima seco, neste período do ano, contribuem para que as pessoas fiquem mais vulneráveis a doenças que afetam a visão. A síndrome do olho seco é marcada por irritação e coceira. 

Segundo o oftalmologista Bruno Guimarães Cerqueira, a doença é causada por uma condição anormal da superfície do olho que se manifesta quando as pessoas produzem lágrimas insuficientes, ou com alguma deficiência nos seus componentes. O médico conta que essa é uma das queixas mais comuns relatadas aos oftalmologistas nas consultas.

A síndrome do olho seco provoca mudança na alteração da superfície ocular e o paciente começa a ter desconforto. Quem passa muito tempo em frente ao computador tende a ficar com a visão mais irritada, já que as pessoas piscam menos quando estão concentradas diante do monitor. Nesse sentido, a recomendação dos especialistas para aqueles que passam horas em frente à máquina, é sempre piscar para que o olho não fique ressecado. “Determinados medicamentos podem provocar a redução de lubrificação nos olhos, como certos descongestionantes, anti-histamínicos, antidepressivos, diuréticos, anticongestivos, anestésicos, anticolinérgicos e betabloqueadores. Falta de vitamina A e várias doenças sistêmicas são frequentemente associadas ao olho seco. Entre essas a artrite, lúpus, sarcoidiose e principalmente a síndrome de Sjögren, conhecida como síndrome do olho seco, doenças da tiróide, de pele e doença de Parkinson entre outras”, acrescenta Bruno, sobre as possíveis causas que contribuem para o desenvolvimento da síndrome.
Mulheres são mais suscetíveis
De acordo com Cerqueira, as mulheres sofrem mais de olho seco do que os homens, provavelmente por questões hormonais. Elas ficam mais suscetíveis, principalmente depois da menopausa, período no qual acontece a queda do estrógeno. No entanto, há várias formas de tratar o olho seco, evitando, assim, que a doença evolua para um quadro mais grave. “Lágrimas artificiais,  em forma de colírio ou gel são indicados para casos mais simples. Em casos graves, é possível recorrer à oclusão da drenagem de lágrimas, permitindo que elas fiquem em contato com o olho por mais tempo. Portadores da síndrome do olho seco precisam de acompanhamento oftalmológico mais frequente. Sem tratamento, podem ocorrer lesões na córnea que comprometem a qualidade da visão temporária ou definitivamente”, alerta o oftalmologista.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Coração precisa de atenção especial durante os jogos da Seleção Brasileira

Realizar avaliações médicas periódicas, praticar atividades físicas e manter uma alimentação saudável são algumas dicas para quem quer evitar um infarto.
Durante o período de jogos da Seleção Brasileira, os torcedores precisam tomar alguns cuidados para não deixar que a emoção, associada com outras extravagâncias, não se torne um problema de saúde. O coração precisa ter uma atenção especial. Os especialistas garantem que em épocas de Copa do Mundo, há uma incidência maior de morte súbita cardiovascular durante o evento. Isso ocorre por causa dos momentos tensos durante a partida fazendo com que algumas pessoas tenham taquicardia, arritmia, aumento da pressão ou contração exagerada das artérias. Nesse caso, para quem já apresenta algum tipo de problema cardíaco, é preciso tomar alguns cuidados, pois os riscos de comprometer a saúde cardiovascular são maiores. A recomendação é que pessoas que já tenham casos de doenças cardiovasculares na família realizem um check-up preventivo, com o intuito de evitar surpresas durante a Copa do Mundo.

Segundo a cardiologista Júlia M.Fernandes Cerqueira, as chances de um infarto nesse período é maior do que em outra época do ano, principalmente na cidade onde acontece o evento. “É o que aponta uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP). O índice de pacientes infartados nessas épocas cresce de 4% a 8%”, disse.
A médica enfatiza que o risco é maior em pacientes que já têm propensão a doenças cardiovasculares. “Quando falamos em infarto, há vários fatores de risco que envolvem a sua ocorrência, como diabetes, pressão alta, tabagismo. Quando tratamos essas doenças, reduzimos o risco do paciente vir a ter um infarto”.
Medidas preventivas
A orientação para quem tem doença cardiovascular é sempre tomar os remédios rigorosamente. A cardiologista recomenda que diante de sintomas como dores no peito, pressão alta, sudorese fria, dor irradiando para o braço ou pescoço; a pessoa deve procurar imediatamente um médico. “O torcedor não deve, em hipótese alguma, esperar acabar o jogo para procurar um médico. Pacientes que têm doença cardíaca prévia, não deve ir ou assistir aos jogos da Copa sem tratar os fatores de risco. O jogo é o estopim de algo que já existe”, alertou.
Júlia também lembra que o cigarro, bebida alcoólica e alimentos salgados devem ser evitados. “O mais importante é o uso correto da medicação que a pessoa já utiliza. É preciso levar a Copa como um momento de encontrar os amigos para confraternizar e se divertir. Nada de estresse”, aconselhou a cardiologista. 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Dor de garganta e rouquidão pode ser indicativo de câncer de laringe

A doença, quando diagnosticada no início, as chances de cura são grandes. O câncer de laringe é a segunda doença mais comum do trato respiratório, perdendo apenas para o câncer de pulmão

O Brasil é o segundo colocado no mundo em números de casos de câncer de laringe, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A estatística divulgada pelo órgão no mês de abril, quando foi comemorado o Dia Mundial da Voz, revelou que são 7.640 casos em todo o país, 6.870 em homens e 770 em mulheres.  A doença, quando diagnosticada no início, as chances de cura são grandes. O câncer de laringe é a segunda doença mais comum do trato respiratório, perdendo apenas para o câncer de pulmão. Para prevenir os problemas da voz, os especialistas orientam as pessoas a evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, alimentos ácidos e gordurosos, não falar alto nem sussurrar e abolir o cigarro.  Aos profissionais que fazem o uso constante da voz, a orientação é tomar bastante água, e dar uma pausa durante o dia para as cordas vocais.

A agente de saúde, Marcilene Alves Pereira, decidiu procurar a ajuda de um profissional ao perceber que estava constantemente rouca. Ela canta numa igreja evangélica e, após passar por exames médicos, foi comprovada a presença de alguns calos nas pregas vocais. A agente de saúde, então, foi orientada a fazer repouso vocal, e exercícios com o auxilio de um fonoaudiólogo. Hoje, Marcilene procura não exagerar quanto ao uso excessivo da voz e faz avaliação anualmente. Apesar de não ter precisado passar por cirurgia, ela garante que a voz não é mais como antes. “A qualidade vocal realmente caiu. Antes eu cantava músicas em tons altos que hoje já não consigo. Agora, canto músicas que não exigem tanto esforço das cordas vocais e também evito cantar gritado”.

O problema vocal fez com que ela diminuísse também o repertório cantado na igreja, com o objetivo de poupar a voz. “A gente tem esses cuidados básicos que precisa ter. Evito ingerir café e refrigerantes, tomo bastante água, e como maçã, principalmente, no dia de cantar. Mas quem passa por um problema como esse tem que estar sempre procurando um médico, pelo menos de 6 em 6 meses pra dar uma olhada”, aconselha Marcilene.
É preciso estar atento para que a rouquidão não se transforme em câncer de laringe
Segundo o Otorrinolaringologista, Hermann Marx, os sinais de alerta são: dor de garganta e rouquidão que estejam incomodando por mais de duas semanas. “Passou de quinze dias é um sinal de alerta que a pessoa tem que procurar um médico.
O médico enfatiza que a combinação de cigarro com bebida alcoólica contribui para o desenvolvimento da doença.  “A pessoa que fuma e bebe principalmente cachaça com freqüência tem um alto índice de câncer de laringe. Essa pessoa é um potencial candidato a desenvolver a doença, e precisa ter muito cuidado com sua garganta.
O câncer de laringe é uma patologia freqüente em Teófilo Otoni. Segundo o médico, de quinze em quinze dias ele registra um caso da doença.

“Às vezes eu pego pacientes aqui que está 1 ano rouco, e alguns pacientes que estão há seis  meses com a garganta doendo. Nesses casos o prognóstico piora muito porque retardou o diagnóstico, aí o câncer já está avançado, muitas vezes com metástase, e a cura se torna muito difícil”, alertou Hermann Marx. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Muitas mulheres vítimas de violência doméstica têm pena de denunciar agressor

Os crimes previstos na Lei Maria da Penha incluem violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

O calvário da dona de casa Lunalva Maria, de 63 anos, começou há 20 anos quando ela conheceu o atual companheiro. De lá pra cá, sua vida tem sido marcada pelas constantes agressões do marido que faz uso de bebida alcoólica. No entanto, ela não consegue dar um fim ao casamento com medo de ficar sozinha, mesmo sendo maltratada.
“Ele joga na cara da gente que é ele que põe comida na mesa, e faz aquelas palhaçadas de bêbado que maltrata a gente demais. Tem dia que me dar vontade de acabar com esse casamento. Mas se ele for embora eu vou sentir falta. A gente acostuma com a pessoa mesmo ela te maltratando, você consegue relevar”, conta.
Os olhos marejados, enquanto relata as agressões sofridas dentro de casa, denunciam a fragilidade das mulheres que são vítimas de violência doméstica.  Lunalva disse que a situação piorou após o casal oficializar o casamento. Ela é 15 anos mais velha que o marido. Há cinco anos criou coragem e denunciou o agressor, mas, diante da ameaça de prisão do homem, teve pena. “Eu não deixei ele ir preso porque ele é muito bom. Ele não deixa faltar as coisas dentro de casa, mesmo ele alegando que ele banca tudo. Ás vezes quando ele começa gritar lá na rua para os vizinhos ouvirem que ele que sustenta a casa, tenho vontade de dar parte dele, mas fico com dó”. 
A dona de casa que nas horas vagas faz uns “bicos” como costureira parece ter acostumado com a essa situação. “O negócio é que ele não vai embora. Eu também fico com medo dele ficar abandonado na rua e as pessoas judiarem dele, porque os parentes dele não querem ele, por causa da bebida. Eu sou casada com ele, se eu jogar ele fora, o que ele vai fazer? Pra onde que ele vai? Outra mulher não quer homem cachaceiro”, justifica Lunalva.
Lei Maria da Penha
Para a Delegada da Mulher, Herta Coimbra, a Lei Maria da Penha trouxe medidas eficazes para combater a violência doméstica, no que tange às medidas protetivas.  Segundo ela, o problema da eficácia da Lei está na fiscalização do cumprimento das medidas adotadas. “O poder público não consegue fiscalizar depois que as medidas são decretadas pelo juiz, se realmente o agressor vem cumprindo e respeitando essas medidas no dia a dia. Por isso, que volta haver reincidência, mas a Lei em si é uma Lei benéfica, é uma Lei afirmativa que defende os direitos da mulher. Mas no dia a dia inúmeras vezes a gente se depara com desobediência por causa da eficácia do cumprimento”, afirma.
Tornozeleiras eletrônicas poderiam ajudar
De acordo com a delegada, a tornozeleira eletrônica identificaria a aproximação do agressor da ofendida, com isso, teria como ser detectado se ele está descumprindo a distância mínima, e judicialmente a fiscalização mensal nos processos da Lei Maria da Penha, quanto ao cumprimento das medidas. No entanto, Coimbra ressalta que caso o agressor esteja disposto a matar dificilmente será impedido. “Se ele tiver que matar ele mata, ninguém impede uma pessoa de matar. A pessoa que está decidida a matar, a polícia e o poder público não a impedem de matar. Mata dentro da igreja, na porta da escola, mata no supermercado; com tornozeleira ou sem ela vai matar, mas esses são casos isolados. Na regra geral, uma vez que as medidas são adotadas, nós temos como fiscalizar essas medidas através de tornozeleiras, fiscalização mensal nos processos da Lei Maria da Penha com comparecimento da ofendida pra ela dizer se vem sendo cumpridas ou não. Porque se ele vem descumprindo tem que decretar a prisão preventiva dele”.

Em Teófilo Otoni ainda não existe nenhum projeto nesse sentido. “Inclusive algumas pessoas questionam que isso seria uma situação de discriminação e violaria a dignidade da pessoa humana, mas quando a pessoa comete uma violência doméstica pratica um crime. Ela já violou a regra de conduta social, já está violando a regra. Então, eu acho que o coletivo se sobrepõe ao particular e o agressor, aquela pessoa que pratica violência doméstica, tem que ser monitorada”, defende a delegada Herta Coimbra.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Creme pretende “exterminar” identidade negra

A criadora do creme é uma cantora de origem africana que, assim como Michael Jackson, vem chamando a atenção pela mudança repentina na cor da pele

Uma cantora africana de Camarões chocou o mundo, nos últimos meses, ao lançar um creme capaz de clarear a pele negra. Ela foi alvo de milhares de ataques, principalmente de movimentos de defesa dos negros. A polêmica envolvendo a cantora Dencia, reacendeu, novamente, o debate sobre autoestima da população negra. Dencia, assim como Michael Jackson, tem chamado a atenção pela mudança repentina na cor da pele. Ela é negra e “criou” um creme que seria capaz de embranquecer a pele. Porém, os dermatologistas alertam para os perigos de se utilizar um produto como esse que, provavelmente, deve ter altas concentrações de uma substância chamada hidroquinona, podendo causar sérios danos à saúde. Episódios como esse demonstram que a luta contra a discriminação racial ainda é um longo caminho a ser percorrido, a fim de construir uma sociedade menos desigual e preconceituosa.

“A gente enfrenta isso principalmente nas comunidades quilombolas. Porque para que elas sejam legitimadas, como quilombolas, têm que se declarar remanescente de quilombo e, sobretudo, a questão da negritude. Uma das principais dificuldades desses movimentos de legitimação, é construir com esse grupo a identidade”, explica a presidente do Compir/TO-Conselho Municipal de Igualdade Racial de Teófilo Otoni, Neuslete Esteves dos Santos Neumann.
Neuslete Esteves dos Santos
Segundo Neuslete, é preciso cautela antes de fazer um pré-julgamento sobre a atitude da cantora em querer tornar-se branca, já que não se sabe a história de vida dessa pessoa. “Porque se eu não me identifico com um grupo social ou racial, eu não vou poder fazer parte dele e pensando sobre a questão do ser humano, não tem como a gente declarar certo ou errado é uma questão de identidade. Eu não me identifico com um gênero, então vou buscar um que seja condizente com a minha existência”.
Ser diferente é normal
Para Neumann, a questão da negritude, assim como em qualquer outra etnia, é uma questão de identidade. Ou seja, a pessoa se identifica ou não com a raça negra. Segundo ela, o tema é complexo, pois há diferentes fatores que podem levar uma pessoa negra a querer mudar a cor da pele como: a mídia, o sofrimento causado pelo preconceito vivenciado ao longo da vida, ou, até mesmo, o fato de essa pessoa não ter se inserido em nenhum grupo social negro. “Numa sociedade extremamente preconceituosa, muitas crianças questionam aos pais: Por que a minha pele é suja? É mais escura? Porque é isso que a nossa sociedade preconceituosa incute no sujeito negro, ou seja, ele é diferente do normal. Mas que normal é esse? Quando você trabalha a questão da negritude em você, você se percebe enquanto negro e deixa de sentir isso como uma mancha ou um defeito, mas como um traço identitário. A minha pele e o meu cabelo são assim. Eu não vou deixar de ser mais ou menos humano porque eu tenho uma determinada característica física”, disse Neuslete.
Melina Sousa da Rocha
Cantora Anitta também teria utilizado cremes para “embranquecer”
De acordo com a militante pelo Coletivo Feminista Negro Bloco das Pretas e Coletivo de Estudantes Negros (CEN), Melina Sousa da Rocha, a postura da Cantora Dencia evidencia como uma sociedade estruturada pelo racismo e pelo sexismo tem conseguido propagar sua intenção que, segundo ela pretende eliminar toda identidade negra, fazendo com que os negros tenham vergonha de si e de suas raízes.  “No Brasil tivemos um caso recente com a cantora Anitta, também acusada de utilizar cremes com o objetivo de clarear a pele e de intervenções cirúrgicas para afinar os traços considerados grosseiros. Estes casos só assustam as pessoas por estarem ligadas a transformações extremas, evidentes e bastante polemizadas pela mídia como no caso do Cantor Michael Jackson”.
Padrão estético branco
A militante enfatiza que a população negra tem sido afetada em sua autoestima por esses padrões estéticos todos os dias. Segundo Melina, nas mídias diversas existe a manutenção e a ênfase em sustentar que negros e negras inexistem. “Desde crianças aprendemos que a boneca mais bonita é a Barbie, que uma princesa branca nos libertou da escravidão, que não temos heróis negros e que não existem princesas negras. Como não querer ser branco ou branca se todas as nossas representações são essas?”, questiona.

Para Melina, o embranquecimento acontece de forma gradual, quando a estética negra é negada pela imposição da estética branca. “Negam nossa história, negam nossa cultura, nossas religiões, costumes e crenças, negam até os direitos mais básicos. Aprendemos uma história em que o bonito e o legal é ser branca e ter o cabelo liso, portanto várias meninas negras querem se aproximar do padrão: loira, branca, alta, magra e dos olhos azuis, mesmo que para isso tenham que negar suas raízes negras e sustentar essa imposição para sempre”, disse.
A criadora do creme é uma cantora de origem africana que, assim como Michael Jackson, vem chamando a atenção pela mudança repentina na cor da pele

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Fiéis passam a madrugada fazendo os tradicionais tapetes no dia de Corpus Christi

Para celebrar o milagre eucarístico, os fiéis seguem a tradição de confeccionar tapetes de pó de serragem para a passagem da procissão

A multidão de fiéis que lotou a Igreja Matriz Imaculada Conceição, na manhã desta quinta-feira (19), feriado de Corpus Christi, demonstra que as tradições católicas passadas de geração a geração, ainda são mantidas por muitas famílias. Apesar de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontar que a Igreja Católica sofreu uma queda recorde de fiéis nos últimos 10 anos; a liderança do Papa Francisco tem conquistado inúmeras pessoas que tinham dado as costas para a Igreja, e que agora estão retornando. A primeira celebração do dia foi presidida pelo Bispo Diocesano de Teófilo Otoni, Dom Aloísio Jorge Pena Vitral, que convidou o público presente a refletir sobre a necessidade do amor e perdão de Deus.

Os tapetes coloridos que enfeitaram algumas ruas da cidade, começaram a ser confeccionados à meia-noite, sendo finalizados hoje por volta das 8h da manhã. No caminho do Santíssimo Sacramento havia símbolos sacro e frases com pedidos de paz e amor, sobre os tapetes de serragem feitos a mão. Para a religiosa Terezinha de Fátima Fraga, que passou a madrugada juntamente com outros fiéis fazendo os tapetes, o trabalho é muito gratificante. “O tapete é o mesmo do ano passado, porém as figuras ficam a critério dos moradores e catequistas, cada um utiliza sua criatividade”, disse.

 Cantando e rezando


Depois da missa, os fiéis seguiram em procissão pelas ruas cobertas pelos tapetes coloridos em comemoração ao dia de Corpus Christi. Alguns moradores montaram oratórios com imagens de Santos e flores em frente à suas casas, com o objetivo de receber uma bênção ministrada por Dom Aloísio. Já outras pessoas preferiram acompanhar a manifestação religiosa do alto da sacada dos prédios. O cortejo seguiu rezando e cantando pelas ruas, até chegar novamente à Matriz, onde os fiéis receberam uma bênção final. 

Jornalista Cláudia Gabriel estreia no cenário literário com “Licor de Cassis”

O livro reúne crônicas da jornalista mineira com textos sobre o dia a dia, experiências de viagem e o universo feminino. O título é uma referência ao blog que deu origem à obra.

“Licor de Cassis” é o nome do primeiro livro da jornalista mineira Cláudia Gabriel, lançado recentemente em duas cidades, Juiz de Fora e Belo Horizonte. A obra reúne crônicas publicadas no seu blog homônimo, criado há três anos, e textos inéditos sobre o dia a dia, experiências de viagem e o universo feminino. Apesar dos desafios que todo escritor iniciante passa, até se tornar conhecido do grande público, a autora se surpreendeu com a repercussão do livro. Lançado há menos de um mês, cerca de 60% dos exemplares já foram vendidos.

Os primeiros passos de Cláudia rumo à literatura começaram timidamente. E foi lendo textos de cronistas renomados como: Martha Medeiros, Fabrício Carpinejar, Leila Ferreira, J.P. Cuenca, Antônio Prata, Clarice Lispector; a jornalista percebeu que também poderia compartilhar suas reflexões com o público. “Conheço pessoas que escrevem criativamente desde a infância. Inspiração revelada quase ao mesmo tempo das primeiras palavras. Comigo, não foi assim. Sempre escrevi por dever da profissão. E nunca pensei em ir além. Mas os textos de outros cronistas fisgaram aquela vontade camuflada dentro de mim, eu sentia que também tinha algo pra falar. As primeiras crônicas foram escritas assim, sob o impacto de outras leituras. Ficaram guardadas, escondidas... Até que resolvi me expor e criei um blog”, disse Cláudia.

Narrativas do cotidiano

O universo das crônicas de Cláudia é amplo. Ali cabem fatos recentes, vivos, misturados ao tom pálido das lembranças. Os temas são triviais – uma imagem, frases soltas que despertam a curiosidade, situações vividas em viagens. O medo de um possível tremor de terra em Montes Claros, um cardápio exótico em Uberlândia, o chuveiro de hotel que remete ao difícil equilíbrio entre o frio e o quente no amor. Ela fala também de encontros – com uma freira que foi sua professora na infância, com um cantor que surpreende os passageiros num ônibus em Montevidéu, com um turco na Croácia, com os nativos da Ilha de Páscoa, no Chile, que a levaram a repensar toda a escolha profissional. “Escrevo sobre desencantos e desencontros, a ditadura do Tempo na dança dos relógios, a solidão, as cenas de uma caminhada e até sobre um xampu que, silenciosamente, ensinou-me sobre o tempo certo das coisas e a necessidade da espera”.

O primeiro de muitos

O prefácio do livro é da jornalista e escritora Leila Ferreira, muito conhecida pelo telespectador mineiro, quando apresentava o programa “Leila Entrevista”.
“Começo o meu caminho literário com o Licor de Cassis. Espero que venham outros sabores em novos títulos. E uso um trecho de uma das crônicas do livro como resumo do que sinto nessa experiência: 
“Não importa de onde venho, nem pra onde vou. Com os budistas, aprendi o segredo e a metáfora de apreciar o caminho. Sem pressa de chegar. Tento levar o conselho para a vida. Nem sempre consigo. Mas meu treino, como viajante, um dia, vai me ensinar”, concluiu Cláudia Gabriel.

Sobre a autora: Jornalista, natural de Juiz de Fora (Minas Gerais). Iniciou sua carreira na TV Tiradentes (SBT), na mesma cidade, e foi repórter da Globo Minas, em BH, entre 1997 e 2007. Atualmente, é servidora pública na Assembleia Legislativa de Minas.
Pedidos do livro podem ser feitos por e-mail: claudiagab@globo.com 

Em Teófilo Otoni, a jornalista está negociando com a livraria Papo Café. Provavelmente, em breve, os leitores teofilotonenses terão acesso ao livro. 

domingo, 15 de junho de 2014

Teofilotonenses comemoram vitória do Brasil no jogo de abertura da Copa do Mundo

Quando o lateral-esquerdo Marcelo se atrapalhou e marcou, contra, o primeiro gol da Copa do Mundo, os torcedores ficaram apreensivos. Mas, aos 29min, o craque da seleção brasileira, Neymar dominou na intermediária, passou por um rival, foi até a entrada da área e chutou rasteiro, de perna esquerda, no canto do goleiro croata e empatou o jogo. Aí nem mesmo a chuva que caiu em Teófilo Otoni, na abertura do mundial, nesta quinta-feira (12), atrapalhou a comemoração daqueles que compareceram à Praça Tiradentes para assistir a partida. A Praça Lions Clube também reuniu jovens durante o jogo.

O Brasil virou o jogo, logo em seguida, em um lance polêmico. Numa jogada em que a bola é alçada para a área, o croata Lovren encostou em Fred, que desabou. O juiz entendeu que havia sido pênalti, e Neymar marcou o segundo do time brasileiro. Nos acréscimos, em contra-ataque, Oscar chutou rasteiro para fechar o placar na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia.

O próximo jogo do Brasil será no dia 17 de junho, contra a seleção mexicana, em Fortaleza. 




quinta-feira, 12 de junho de 2014

A triste realidade de quem vive com Aids

Além do preconceito e das dificuldades em conseguir trabalho, os contaminados pelo HIV enfrentam a rejeição da própria família. Apesar de uma cura ainda não ter sido descoberta, a medicina tem ajudado os infectados a viver com mais qualidade de vida, porém é preciso fazer o tratamento corretamente.

No dia em que Marcilene N.S. concedeu essa entrevista, ela estava completando 26 anos. Apesar de ser uma data festiva para muitos, a dona de casa não tem o que comemorar. A doença roubou dela os sonhos, a vaidade e a perspectiva de um futuro melhor. A aparência da jovem denuncia que a vida não foi nada justa para ela. Marcilene estudou apenas até a 3ª série do ensino fundamental, e sobrevive com os $300 reais que recebe mensalmente do “Bolsa Família”. Ela tem três filhos, o mais novo com 1 ano, o do meio com 3, e o mais velho tem 7 anos. E o mais impressionante dessa história é que, apesar dos riscos, nenhuma das crianças foi infectada pelo vírus da Aids.
Marcilene só descobriu que havia sido contaminada pelo pai dos seus dois primeiros filhos, após um amigo dizer que o homem tinha a doença. Segundo ela, o companheiro acabou morrendo de cirrose. O pai do filho mais novo fruto de um novo relacionamento, não foi contaminado.
A jovem gostaria de encontrar um trabalho, chegou a vender picolé, mas passa mal com a medicação e desmaia sempre que toma os remédios. E, para piorar a situação, a cesta básica que recebia do Consórcio Intermunicipal de Saúde, foi cortada. “A moça me disse que tem mais oito pessoas precisando de ajuda com cesta básica. Ela falou que apenas se sobrar que podia me dar”, disse.
A crença em Deus
Na época quando recebeu o diagnóstico positivo ficou desesperada e xingou os funcionários do Consórcio. Em tratamento há um ano, Marcilene precisa tomar nove comprimidos ao dia para não adoecer. Atualmente morando na casa da ex-sogra, sua maior diversão é assistir televisão e, às vezes, ir à igreja. Ela se converteu a uma religião evangélica e acredita que Deus ainda vai curá-la.  “Muita gente fala que eu não tenho isso. Meu maior desejo é trabalhar como empregada doméstica pra tentar reformar minha casa. Os tijolos do meu quarto já caíram quase tudo e as paredes correm risco de cair”, conta.
Segundo S., o preconceito que aflige muitos soropositivos não atrapalhou seu relacionamento com os amigos. Por incrível que pareça, foi a família que lhe virou as costas. Ela não tem nenhum contato com os pais, nem com os irmãos. “Meus amigos me tratam normalmente. Minha vizinha, por exemplo, eu arrumo casa pra ela e ajudo ela fazer as coisas”, afirmou Marcilene.
Um médico na família


Os filhos são os únicos motivos que ainda fazem a dona de casa esboçar um tímido sorriso. Para surpresa de Marcilene, o filho mais velho sonha em ser médico. A mulher que não tinha o hábito de usar preservativo com seus parceiros hoje reconhece que, a proteção, é a única forma de as pessoas ficarem livres do HIV. “O conselho que eu dou pra quem está vivendo uma vida doida aí nesse mundão é usar camisinha”, aconselhou.

sábado, 7 de junho de 2014

Polo da UAB na cidade permite à população acessar cursos de graduação pela UFMG

Muita gente não sabe, mas é possível ter um diploma da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sem precisar sair de Teófilo Otoni. Estudar em uma das universidades federais mais cobiçadas por milhões de brasileiros é, sem dúvida, uma experiência enriquecedora para quem consegue chegar lá.

No polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) são oferecidos cursos de graduação à distância pela UFMG nas áreas de Ciências Biológicas, Química, Matemática, e Pedagogia. Para disputar uma das vagas o estudante precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, e ficar de olho no site da universidade, onde é feito a inscrição, para saber quando abrirá novos processos seletivos, cuja classificação se dá de acordo com a nota tirada no exame. Mas a UAB também faz convênio com outras universidades. O polo é montado através de um convênio entre Prefeitura, Estado e Governo Federal.
“Nós temos capacidade de ofertar cursos tanto técnicos de graduação ou pós-graduação por qualquer instituto superior que tenha pretensão de atuar aqui na cidade. Os cursos são todos de universidades federais, portanto cursos gratuitos ofertados à distância. Alguns exigem que os alunos compareçam ao polo para realizar atividades presenciais nos finais de semana, geralmente aos sábados, e os cursos de pedagogia eles precisam comparecer uma vez ao mês”, explica o coordenador do polo da UAB, Ivanovich Lima Ferreira.
UFMG mais perto do que se pensava
Atualmente, a maior dificuldade do polo em Teófilo Otoni está relacionada à falta de divulgação. Além dos quatro cursos de graduação, a instituição oferece ainda cursos de pós-graduação por meio do Instituto Federal Norte de Minas-IFNMG. “A demanda é pequena porque a população não sabe que a UFMG disponibiliza esses cursos na cidade. Apesar disso, o polo não tem dificuldade em formar turmas. O maior desafio é manter os alunos, pois o índice de evasão é muito grande e as pessoas ainda não estão acostumadas com os cursos à distância oferecidos pelas universidades federais”, diz Ivanovich.
O coordenador lembra que um curso nessa modalidade exige muita responsabilidade do aluno. E como a maioria do público atendido trabalha, quase não tem tempo de fazer as atividades exigidas. “Ele precisa ter tempo pra usar a internet, participar de todas as atividades online que acontecem, além de vir aqui para fazer as atividades presenciais quando necessário. E isso é muito difícil para os nossos alunos”, ponderou.
Cursos mais procurados
Pedagogia é o curso mais procurado pelos estudantes, logo em seguida vem Ciências Biológicas, Química e, por último, Matemática. A universidade tem hoje cerca de 500 alunos matriculados nos diversos cursos. Entres os cursos de pós-graduação já promovidos pela instituição estão: Artes visuais, Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, especialização em Saúde da Família, Mais Médicos, e Ensino de Estudos de Ciências.
“Esse polo é muito importante porque ele aumentou a oferta de vagas em nível de graduação e de pós-graduação em Teófilo Otoni. A cidade tem se tornado um polo de educação e o polo da UAB aumentou essa oferta”, disse Ivanovich.

Endereço do Polo (UAB) em Teófilo Otoni
Rua: Aristóteles Dantas Guimarães Nº166
Bairro: Vila Santa Clara
Telefone:3521-2260
Quer saber mais? Acesse o endereço eletrônico da Universidade Aberta do Brasil disponível em: http://www.uab.capes.gov.br/

terça-feira, 3 de junho de 2014

Prevenção seria a resposta para diminuir os casos de Aids na região

A doença não escolhe classe social ou opção sexual, entre os contaminados estão donas de casa, pais de família, trabalhador rural, médico e auxiliar de saúde. O sexo desprotegido ainda é o maior responsável pelo contágio. Em Teófilo Otoni são 146 homens contaminados para 132 mulheres.

O Consórcio Intermunicipal de Saúde Entre Vales do Mucuri e Jequitinhonha (CIS-EVMJ) em Teófilo Otoni é referência para 23 cidades da região e funciona desde 1997 na cidade. De acordo com o órgão, nos cinco primeiros meses do ano, 52 pessoas tiveram diagnóstico positivo, uma média de 10 casos novos por mês. No ano passado o número de novas infecções pelo HIV na região atingiu 86 indivíduos. Atualmente, há uma incidência de aproximadamente 1000 casos no período de 1997 até o momento. No entanto apenas metade desse grupo está em tratamento. Ou seja, cerca de 500 soropositivos que utilizavam o serviço já morreram. Apesar de uma cura ainda não ter sido descoberta, a medicina tem ajudado os infectados a ter mais qualidade de vida.
“É uma doença que quando acomete as pessoas, se não há um bom acompanhamento psicológico ou emocional, essa pessoa tende a abandonar o tratamento e acaba adoecendo”, explica a psicóloga e aconselhadora do Serviço DST/HIV, Olímpia de Fátima Silva Franco.
População precisa ser educada
Segundo a psicóloga, é comum as pessoas ficarem surpresas quando recebem um resultado positivo e pedir para repetir o exame várias vezes. Muitas têm crises de choro e se recusam a contar para o parceiro. Mas o sexo desprotegido ainda é o maior vilão responsável pelo contágio. “As pessoas não foram educadas para usar o preservativo, a prevenção deixa muito a desejar. Os adolescentes, por exemplo, não procuram o serviço com muita freqüência, eles são encontrados nas escolas quando a gente vai fazer palestra, ainda assim, não se sensibilizam pra fazer o teste de HIV. A prevenção precisava ser mais enfocada. E para o paciente que é soropositivo tem que se tratar e vir às consultas fazer os exames de CD4 e carga viral pra não adoecer, aconselhou Olímpia.
Serviço
No local, além de fazer o teste rápido anti-HIV, o público recebe aconselhamento sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e qualidade de vida. Para as gestantes que têm filhos positivos ou a gestante HIV que tem bebê, o Consórcio disponibiliza leite gratuito para o recém-nascido por seis meses, até que a criança comece a se alimentar. 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Atividade física na terceira idade é essencial para retardar o processo de envelhecimento

Os exercícios precisam ser bem elaborados respeitando o condicionamento físico dos idosos. Muitos são hipertensos ou diabéticos e, com isso, a atividade física deve ter sempre o acompanhamento de um profissional para que o idoso não sofra nenhum tipo de lesão

Movimentar o corpo, alongar, aquecer, e tudo isso somado com uma boa dose de bom humor, melhora a qualidade de vida em qualquer idade. Porém, é com o avançar dos anos que a prática de exercícios físicos torna-se quase uma obrigação. Pensando nisso, essa turma da terceira idade aceitou o desafio de vencer a preguiça e mandar o sedentarismo para bem longe de suas vidas. Eles se reúnem uma vez por semana para realizar as atividades promovidas por uma cooperativa de trabalho médico da cidade. 

Os especialistas garantem que o sedentarismo é o pior inimigo de quem deseja ter uma vida saudável. Com o passar dos anos, é comum que as pessoas percam massa muscular, flexibilidade, força, equilíbrio, massa óssea, além de aumentar a gordura corporal. Por isso, o exercício físico é fundamental para prevenir e retardar o processo de envelhecimento.

Ilma Natali Amorim, 78 anos, sempre gostou de fazer caminhada, mas sentia muitas dores no corpo. Segundo ela, os exercícios ajudaram bastante para melhorar o seu condicionamento físico. “Já tive um AVC e minha saúde melhorou muito depois que passei a freqüentar as aulas. Tenho mais disposição para ir à Igreja, e os meus exames de rotina estão ótimos”, comemora Ilma.

Segundo o educador físico João Paulo Correa Costa, o trabalho visa promover saúde e qualidade de vida aos idosos. Uma equipe composta por educador físico, médico, fisioterapeuta, enfermeiro, assistente social, nutricionista e psicóloga trabalham no sentido de promover o bem-estar desses idosos. No entanto, as mulheres ainda são maioria quando se trata de cuidar da saúde. Apenas cinco homens comparecem às atividades no grupo de idosos que geralmente conta com cerca de 40 mulheres. “As mulheres se preocupam mais com a qualidade de vida em busca de saúde. Muitos falam pra mim que já perceberam uma mudança significativa na saúde após os exercícios”, diz João Paulo.

Artesanato ajuda aposentada a superar transtornos psiquiátricos

O artesanato começou a fazer parte da vida dela após passar 10 anos fazendo tratamento psiquiátrico

O artesanato foi o recurso encontrado por Ilza Maria de Jesus Nascimento,79, para vencer os obstáculos da vida. Quando a aposentada está envolvida com sua arte os problemas deixam de ser prioridade. É o momento em que ela mergulha num mundo imaginário para criar bonecas e bordados de encher os olhos de quem passa pelo Calçadão Cultural, no centro da cidade. A artesã traz nas mãos a experiência de 38 anos nesse ofício. Tudo começou após ela ter tido uma depressão pós-parto que desencadeou uma série de distúrbios psiquiátricos, inclusive com internação e medicações pesadas, o tratamento durou cerca de 10 anos. Foi a partir daí que Ilza começou a dar os primeiros passos rumo aos trabalhos manuais fazendo tudo sozinha, com o passar do tempo ela teve a ideia de fazer um curso especializado e não parou mais. Mãe de oito filhos, a artesã diz que a arte salvou sua vida e que hoje se considera uma mulher realizada.
“Às vezes fico até 2h da manhã trabalhando. Em termos de saúde o artesanato me salvou, e para aquelas pessoas idosas que estão passando por um momento difícil eu digo que a melhor coisa é fazer uma atividade que goste”, aconselha Ilza Maria.

O preço das bonecas que fazem a alegria das meninas varia entre R$4 e R$65 reais, mas a artesã também costuma fazer doações. “Quando vejo que uma criança não pode comprar eu dou. Isso aqui é minha diversão, me faz falta quando eu não venho”.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Mais da metade dos atendimentos ortopédicos no Hospital Municipal não são do município

Há 10 anos o hospital não recebe investimentos suficientes para ampliação e adequação do espaço, que funciona com equipamentos antigos precisando ser substituídos por modelos mais modernos. A nova diretoria fez um planejamento na ordem de R$600 mil para reformas e ampliação no número de leitos, porém, o hospital está bloqueado quanto aos investimentos do Estado, por causa da não prestação de contas da gestão passada.

O Hospital Municipal Dr. Raimundo Gobira atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É credenciado no Ministério da Saúde com uma capacidade de atendimento para 72 leitos. Desse total, 27 são ortopédicos e os demais estão divididos entre clínica médica e clínica cirúrgica. No entanto, nos últimos oito meses, o hospital tem recebido uma demanda excessiva na área de ortopedia. “Essa demanda, no nosso entendimento, vem em decorrência do aumento do número de veículos, motocicletas principalmente em circulação causando mais acidentes. E a gente tem observado um aumento em torno de 50% no número de pacientes que dão entrada no hospital com acidentes de trânsito vindo a sofrer algum trauma ortopédico”, afirmou o diretor técnico do Hospital, Fernando Cesar Martins. 
 Segundo Martins, o hospital tem características próprias que permitem uma complacência dentro do arranjo interno, juntamente com o auxílio da central de regulação de leitos, que é quem oferece os pacientes que serão internados no local.  “Ela é regulada pelo Estado. Em comum acordo com essa central de regulação, nós fizemos um rearranjo interno diminuindo o número de leitos hospitalares, para os setores de clínica médica diminuindo os setores de internação para cirurgia geral, sendo que essas vagas para clínica médica e cirurgia geral foram remanejadas para outros hospitais como Santa Rosália, o Hospital de Itambacuri e o Hospital Bom Samaritano favorecendo uma complacência de leitos para receber mais casos de ortopedia”, explica.
De acordo com o diretor, essa nova configuração do hospital permitiu aumentar a demanda diária de 27 leitos ortopédicos para 45. “Neste momento o hospital chegou a um ponto de crise porque não há mais espaço físico dentro do hospital pra receber pacientes. Nos últimos dias nós chegamos a ter 90% dos nossos pacientes internados pacientes ortopédicos. A demanda do hospital que é 72 leitos nós chegamos a ter 69 pacientes internados pra ortopedia, quase que totalmente pacientes ortopédicos dentro do hospital”, destacou Fernando.
Farra de outros municípios
O grande dilema pelo qual atravessa o Raimundo Gobira tem a ver com a enorme quantidade de pessoas de outras cidades que buscam atendimento no hospital. Por ser referência em tratamento ortopédico, e ser conveniado ao SUSFácil tem permitido a entrada desses pacientes em Teófilo Otoni. “No entanto, como a demanda de portaria está muito grande, os municípios por sua vez não estão tendo paciência de aguardar aparecer a vaga. Eles mandam os pacientes para a porta do hospital e nós temos que acolher esses pacientes independente de ter vaga ou não, porque não podemos recusá-los. Consequentemente, a nossa tela de espera de pacientes que estão em outras cidades aguardando pra vir pra cá fica abarrotada, e não conseguimos dar essa vazão por absoluta falta de vaga no hospital. A gente coloca macas improvisadas às vezes até no corredor, mas não há mais condições nem de fazer isso porque não há espaço físico dentro do hospital. Além de todos os leitos estarem ocupados, eu tenho aqui na espera uma média de 10 a 15 pacientes por dia aguardando aparecer uma vaga para poder ser internado”, explica.
Para Fernando, a situação atual não pode ser confundida com a competência daqueles que administram o hospital. “Esse aumento absurdo da demanda não tem a ver com essa questão, pois o hospital passou por uma remodelação há um ano e oferece um número de leitos que é pactuado pelo SUS. O nosso centro cirúrgico tem capacidade para atender os casos de baixa e média complexidade, que é o que nós atendemos aqui, isso vem sendo feito. Nós temos uma média de 220 cirurgias realizadas por mês neste hospital. Nosso bloco cirúrgico hoje funciona de domingo a domingo, temos uma equipe de ortopedistas, inclusive com plantões extras em horários de pico. No entanto, nós chegamos a um ponto de não termos mais condições profissionais de execução do trabalho, porque o hospital tem várias regras que precisam ser cumpridas dentro da lei e normas do SUS”.
Solução para o impasse

O diretor técnico lembrou que a realidade dos serviços ortopédicos é um fenômeno que atinge todo o país, não sendo um predicativo apenas de Teófilo Otoni. Porém, muitos casos que poderiam ser tratados na cidade de origem são encaminhados para o Raimundo Gobira. “Existem vários hospitais na região de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri e Jequitinhonha, que teriam condições de prestar atendimento ortopédico. Há vários hospitais com o mesmo porte do nosso que tem equipes de ortopedia, mas eles não têm resolutividade, ou seja, casos que poderiam ser resolvidos na origem deixam de ser atendidos ali. Esse paciente é transferido para Teófilo Otoni, às vezes até sem vaga, eles mandam o paciente de ambulância e quando chega aqui na porta nós não podemos recusar. Sendo que aquele procedimento que a gente constata na porta era um procedimento sensível a tratamento no município de origem. Hoje o Raimundo Gobira atende 90% da demanda de atendimentos ortopédicos de toda a Macro Nordeste, são mais de 1 milhão de habitantes da Macro Nordeste, dentro dessa demanda de 90% mais de 50% das pessoas que atendemos não são do município de Teófilo Otoni”, afirmou Fernando Cesar Martins.